Quando falamos sobre práticas que impactam negativamente o meio ambiente não podemos nos prender somente às questões como poluição automotiva, lixos nos mares e fontes não renováveis de energia.
Alguns hábitos de consumo, como as roupas que vestimos, contribuem para a degradação do meio ambiente e da vida humana. Portanto, vamos conversar um pouco sobre o Fast Fashion e seus impactos no meio ambiente.
O que é o Fast Fashion?
Fast Fashion (moda rápida) é o modelo de fabricação, distribuição e vendas baseado na produção de peças de vestuário em larga escala, preços baixos, além do incentivo ao consumo rápido.
Este modelo de vendas é pensado para prover rapidamente uma demanda por roupas e acessórios dentro de uma constante troca de coleções, focando em baixo preço e, consequentemente, baixa qualidade.
Os impactos do Fast Fashion no meio ambiente
Graças a esse modelo de consumo, a indústria da moda é a segunda indústria mais poluente, segundo a revista Forbes, ficando atrás somente da indústria de petróleo.
Os resíduos têxteis correspondem a 5,2% do descarte dos aterros sanitários e o processo de confecção de peças é responsável por 10% da emissão global de carbono.
Outros dados que também chamam a atenção:
São gastos 70 milhões de barris de petróleo por ano para produzir a fibra de poliéster, a mais utilizada na indústria de vestuário. Além do alto impacto ambiental de produção, o poliéster demora cerca de 200 anos para se decompor.
Uma peça de Fast Fashion dura em média apenas 5 lavagens e não mais que 35 dias.
Peças de fibras sintéticas baratas emitem na natureza o composto N2O, ou óxido nitroso, 300% mais venenoso que o CO2, dióxido de carbono.
As partículas de microfibra sintética têm criado um novo tipo de contaminação: o microplástico. Estima-se que essas partículas estejam inseridas em diversos biomas, especialmente nos oceanos, e que invadam progressivamente o ciclo alimentar de diferentes espécies, atingindo o homem.
Uma peça de roupa de Fast Fashion produz cerca de 400% mais carbono que uma peça de qualidade feita para durar um ano ou mais.
Alguns tecidos que combinam algodão e outras fibras sintéticas, dada a complexidade de seus compostos, simplesmente não podem ser reciclados.
O cultivo de algodão é um dos maiores consumidores de pesticidas no mundo, utilizando cerca de 24% dos inseticidas e 11% de todos os pesticidas do planeta, gerando contaminação de solo e água em diferentes países.
Além de impactar negativamente o meio ambiente, a produção de peças de Fast Fashion colabora em diversos países com o trabalho infantil e escravo, impactando na vida de milhões de pessoas.
Qual a alternativa ao Fast Fashion?
No sentido contrário ao modelo de consumo e produção do Fast Fashion, temos o Slow Fashion (moda lenta), incluindo brechós e pequenas marcas com produção própria, que preza por um consumo mais consciente. Nesse modelo, existe a priorização da qualidade, bem como o bem estar dos colaboradores, remuneração justa e menor impacto ao meio ambiente.
As marcas de slow fashion ou “moda verde” geralmente atendem alguns requisitos, como:
Transparência – a Slow Fashion possui um transparente processo de produção, criação e venda de seus trabalhos. O consumidor pode conhecer mais sobre cada etapa de produção do produto que busca consumir.
Valorização do local – a prática preza pela diversidade, estimulando a confiança entre produtores e consumidores e desenvolvendo consciência socioambiental, desenvolvendo a economia local e a valorização do mesmo.
Preços reais e justos – a Slow Fashion costuma ser mais cara, mas isso na verdade representa uma dupla economia, pois você não precisará comprar outra peça logo em seguida, irá economizar recursos naturais indispensáveis para a vida humana e saberá que os colaboradores estão sendo remunerados de forma justa e legal.
Produção em pequena escala – outra questão a ser observada é que com preços justos a produção pode ser mantida em baixa escala, garantindo que todos os criadores e produtores obtenham o seu sustento e assegurando a unicidade da peça.
Valorização e utilização dos recursos locais – uma das principais características da Slow Fashion é a valorização de tudo o que está disponível localmente. Plantas, fibras, texturas, elementos minerais ou mesmo técnicas tradicionais e a cultura de uma determinada região.
Produtos com uma história única – cada peça é criada localmente, possuindo uma série de características inimitáveis como textura, cor, cheiro e padronagem, contando em sua própria composição a história de cada elemento envolvido no processo de criação.
Um novo conceito de beleza – ela é baseada num conceito universal de beleza, criado a partir de elementos como harmonia, funcionalidade, segurança, conforto, elegância e durabilidade, que de fato transmitem a identidade do consumidor.
Quer nos referenciar?
PEDREIRA, Beatriz. ESA Jr. A Fast Fashion e o meio ambiente. 2021. Disponível em: https://www.esajr.com/blog
Referências:
DEVIDES ,Caroline. “FAST FASHION: A MODA E SEU IMPACTO AMBIENTAL”. Fala Universidades, 2021. Disponível em: <https://falauniversidades.com.br/fast-fashion-a-moda-e-seu-impacto-ambiental/>. Acesso em: 16/07/2021
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