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Cidades-Esponja: Uma estratégia para lidar com as mudanças climáticas


Parque dos Manguezais em Sanya, na China, um exemplo de parque alagável — Foto: Turenscape/Divulgação

A urbanização crescente e os impactos cada vez mais inevitáveis das mudanças climáticas estão aumentando os riscos para os residentes de áreas propensas a inundações, secas e mesmo para aqueles que vivem em cidades costeiras. Este artigo destaca a importância crescente das Cidades-Esponja na mitigação desses impactos ambientais e examina sua implementação global.

O que são e como funcionam as Cidades-Esponja

As Cidades-Esponja são um conceito urbanístico e ambiental que visa mitigar os impactos das mudanças climáticas, especialmente os relacionados a inundações e secas.
Segundo o Observatório de Inovação para Cidades Sustentáveis (OICS) “ Cidade-Esponja é um conceito de cidade sensível à água, remetendo à situação na qual a mesma possui capacidade de deter, limpar e infiltrar águas usando soluções baseadas na natureza”. Desse modo, como as metrópoles são cobertas principalmente por asfalto e concreto, elas não conseguem escoar de um modo eficaz a água da chuva durante grandes tempestades, ocorrendo grandes alagamentos.

O foco principal das técnicas utilizadas nas cidades-esponja é imitar a capacidade natural do solo de absorver e filtrar a água da chuva. Em vez de serem “impermeáveis”, essas cidades devem absorver a água da chuva para reduzir o risco de inundações. As práticas incluem a remoção de superfícies impermeáveis, como concreto e asfalto, onde não são essenciais, e a promoção de áreas verdes que permitam a infiltração da água no subsolo, a exemplo disso: Parques, jardins e etc. Esses métodos são amplamente testados e vistos como fundamentais para tornar as cidades mais resilientes frente às mudanças climáticas.

Elementos que compõem uma Cidade-Esponja

- Criação de áreas verdes que permitam o escape da água, como áreas úmidas e parques alagáveis.

- Reconstrução das margens dos rios com remoção de concreto e implementação de mata ciliar ou espaços verdes.

- Implantação de "jardins de chuva", áreas verdes distribuídas pela cidade que reduzem o escoamento superficial em até 69% e o pico de escoamento em até 71%.

- Utilização de "telhados verdes" que reduzem a taxa de escoamento da chuva no solo em 20 minutos, promovendo uma dispersão mais rápida da água da cidade.

- Adoção de pavimento permeável, que minimiza a fragmentação, rachaduras e assentamento irregular das áreas asfaltadas ou concretadas, ao mesmo tempo em que absorve água.

A China, em particular, lidera com 16 cidades adaptadas dessa forma, demonstrando um forte investimento nessa abordagem urbana sustentável.

Enchentes e mudanças climáticas

Deste modo, a superpopulação, a alteração drástica de paisagens e os processos de impermeabilização do solo fazem das cidades, alvos fáceis das variações climáticas. Chuvas mais intensas, tal como aconteceu no estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, em maio deste ano (2024), é decorrência do aumento de temperatura relacionada ao aquecimento global. 

      É notório que as barragens ou soluções como tubulações impermeáveis já se mostraram ineficientes para sustentar os efeitos das mudanças climáticas, já que cada dia que passa as chuvas são mais intensas e o nível da água de rio e mares não param de subir.

            De acordo com o arquiteto e pioneiro do conceito de “Cidade-Esponjas" Kongjian Yu,  além de impedir inundações, o modelo também pode ser útil durante os períodos de seca, já que a água armazenada pode ser utilizada para irrigação e para manter as árvores e plantas da cidade em boas condições.
Trazendo para a realidade no Brasil, as safras no período de secas podem ser salvas pela água armazenada.

              Em suma, cada vez mais lugares pelo mundo estão enfrentando dificuldades com o aumento das chuvas, os cientistas afirmam que essa situação só irá piorar. No futuro, as chuvas serão mais intensas que o normal e é de se questionar se as cidades-esponja serão capazes de conter inundações. As análises são muito animadoras e com efeitos muito positivos, afirmando que é de grande importância investir em soluções duradouras e baseadas na natureza.

Referências 

BRAUN, J. Mudanças climáticas: como conter enchentes no Brasil, segundo criador das “cidades-esponja”.Disponível em:https://www.bbc.com/portuguese/articles/ce44n8n14ewo. Acesso em: 22 jul. 2024.

NATIONAL GEOGRAPHIC. O que é uma Cidade-esponja e como ela funciona para evitar enchentes? Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2024/05/o-que-e-uma-cidade-esponja-e-como-ela-funciona-para-evitar-enchentes. Acesso em: 22 jul. 2024.

OICS - OBSERVATÓRIO DE INOVAÇÃO PARA CIDADES SUSTENTÁVEIS. Cidade-Esponja: Soluções. Disponível em: https://oics.cgee.org.br/solucoes/cidade-esponja_5cd877282a1cbc1d116811b8. Acesso em: 22 jul. 2024.

Palavras-Chave: “Cidades-Esponja” ; “Inundações” ; “Mudanças Climáticas”; “Água da chuva”; “Escoamento”

Quer nos referenciar?
CICCIO, L. ESA Jr.  Cidades-Esponja: Uma estratégia para lidar com as mudanças climáticas,  2024. Disponível em: https://www.esajr.com/blog


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