O papel da Engenharia Sanitária na promoção e manutenção da saúde pública
Fonte: Portal das Missões (2019)
A Saúde Ambiental, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), representa os aspectos da saúde humana determinados por fatores do meio em que as pessoas estão inseridas, sejam eles físicos, químicos, biológicos, psicológicos ou sociais. Manter o ambiente saudável é imprescindível para que a saúde, o bem estar físico e psicológico da população seja preservado, melhorando a qualidade de vida das pessoas.
O relatório de março de 2016 da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontou que as más condições ambientais são responsáveis por cerca de 23% das mortes anuais do planeta. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em 2015, mais de 5 milhões de crianças menores de cinco anos morreram, principalmente, devido à pneumonia, diarreia e malária. Um levantamento de 2022 do Instituto Trata Brasil aponta que mais de 30 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável, e cerca de 100 milhões não contam com tratamento de esgoto adequado.
Tais relatórios apontam que as más condições ambientais, como a falta de saneamento básico, o tratamento inadequado das águas em certas áreas tornam a população vulnerável, em especial as crianças.
Essa contaminação pode ser evitada através da redução dos riscos ambientais (poluição do ar, contaminação da água, acesso precário ao saneamento básico, maus hábitos de higiene e exposição à substâncias possivelmente tóxicas). Em locais que têm melhor acesso à água potável e ao saneamento é notável a redução da ocorrência de doenças infecciosas. A Organização das Nações Unidas (ONU) estimava que 1,6 milhão de mortes poderiam ser evitadas por ano com o fornecimento de água potável e saneamento básico.
A falha no tratamento das águas tem como consequência a proliferação de doenças como a cólera, esquistossomose, hepatite A, infecção pela bactéria Escherichia coli, disenteria bacteriana, febre tifóide, doenças diarreicas agudas, giardíase, amebíase, verminoses e doenças infecciosas gastrointestinais, todas contraídas através do contato com água ou alimentos contaminados, podendo levar à morte.
Além disso, a possibilidade do contágio de doenças através do contato com água contaminada é maior em localidades urbanas com drenagem deficiente, pois sem a drenagem adequada, a água aumenta seu nível, é acumulada e pode trazer consigo vetores de diversas doenças, como a leptospirose, a possibilidade de contrair tétano acidental e provoca o aumento do risco do contágio por arboviroses, como a dengue. O cuidado com o sistema de macro e microdrenagem de um local e a realização do serviço de análise das águas são papéis do profissional engenheiro sanitarista.
O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) é um documento obrigatório para estabelecimentos, que descreve os resíduos gerados e como seu descarte será feito. Para estabelecimentos na área de saúde (hospitais, farmácias, laboratórios, estúdios de tatuagem, clínicas, necrotérios, clínicas veterinárias), que geram resíduos infectantes, oferecendo alto risco de contaminação biológica (culturas de microrganismos, fluídos e peças corporais), química (remédios), por radioatividade (máquinas de raio x), e materiais perfurocortantes, existe a necessidade do descarte adequado, para proteger à todos contra doenças que possam vir a ser contraídas a partir do contato com tais materiais. Esse serviço de PGRSS deve ser realizado e monitorado por um profissional da Engenharia Sanitária, reforçando sua importância no combate à proliferação de doenças.
A falta do serviço de saneamento básico, definido pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) como a prestação dos serviços e infraestrutura adequadas para que a população tenha qualidade de vida, é refletida na saúde das pessoas, já que a ausência do tratamento correto expõe a população à doenças. Isso demonstra a necessidade de que os direitos básicos de saúde sejam atendidos através da certificação do bom andamento do serviço de saneamento básico.
Portanto, nota-se a importância da Engenharia Sanitária em diversas áreas do ambiente em que vivemos, com foco em combater doenças evitáveis através dos serviços prestados de drenagem de ambientes urbanos, descarte adequado de resíduos e rejeitos, saneamento básico, análise e tratamento das águas. Mostrando-se uma profissão com papel ambiental, econômico e social, que tem por objetivo elevar a qualidade de vida de toda a população.
PAULA, Karine De Almeida. Relações entre a má qualidade ambiental e doenças crônicas: Fatores de risco ambientais, a poluição do ar, da água, do solo, exposição a produtos químicos, mudanças climáticas e radiação ultravioleta, por exemplo, podem contribuir para mais de 100 doenças ou traumatismos afirma a OMS.. UNIVIÇOSA, 2016. Disponível em: https://www.univicosa.com.br/uninoticias/noticia/246efe27-c15e-452f-b0b5-b0ba26f8f9eb. Acesso em: 22 jul. 2024.
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