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Qual a relação entre Racismo Ambiental e o gerenciamento de resíduos sólidos?

Foto do escritor: ESA jr. Engenharia Sanitária AmbientalESA jr. Engenharia Sanitária Ambiental


Inicialmente, é preciso entender o que é racismo ambiental e de que forma ele se manifesta na sociedade. O termo foi utilizado pela primeira vez em 1980 pelo ativista ambiental estadunidense Benjamin Chavis Junior, o qual refere-se a forma como as desigualdades sociais e raciais estão atreladas aos problemas ambientais.


É notório que as comunidades que são historicamente marginalizadas e majoritariamente formadas por minorias étnicas são as primeiras a sofrerem os impactos de qualquer acidente ambiental, isso devido a um processo histórico de ocupação desordenada e negligência.


Mas quais os pontos de interseção entre a gestão de resíduos sólidos e o racismo ambiental?


Pode-se observar que a localização dos “lixões” ou aterros sanitários, estações utilizadas para realizar a transferência dos resíduos e até mesmo incineradores são localizados em áreas consideradas periféricas, onde grande parte da população local é formada, em sua maioria, por pessoas negras e de baixa renda. Neste contexto, o índice de doenças provenientes das consequências da má gestão dos resíduos é muito elevado, o estudo “O lixo como um fator de risco a saúde pública na cidade de Fortaleza, Ceará”, aponta a relação no aumento dos casos de doenças como leptospirose, dengue, zika vírus, chikungunya, tétano e entre outras, causadas direta e indiretamente pelo descarte incorreto dos resíduos nos anos de 2017 e 2018. A exposição da população aos poluentes, a poluição atmosférica e principalmente a contaminação do solo e do lençol freático, interferem diretamente na qualidade de vida das comunidades.


Outro ponto importante, que diz respeito ao social, é a falta de representatividade dessa parte da população. A localização dos instrumentos mencionados acima não passa por um processo de consulta das pessoas que sofrerão os impactos, o que contribui para o aumento da desigualdade.


O acesso à informação pelas comunidades locais também deve ser considerado como um ponto de atenção para essa relação entre gerenciamento dos resíduos sólidos e racismo ambiental. Assim como a falta de representatividade, a parte marginalizada da população também sofre com barreiras educacionais, o que dificulta o entendimento a respeito da separação e disposição adequada dos resíduos e, até mesmo, sobre seus direitos ambientais.


Nenhum dos fatores mencionados acima acontecem de forma isolada, estão todos sendo realizados simultaneamente, por isso, é importante ressaltar o impacto direto na saúde da população e do meio ambiente. A exposição da população a contaminantes e gases poluentes pode levar a sérios problemas respiratórios, câncer, problemas de pele, dentre outros. E cabe também informar sobre a carência de assistência médica e um projeto de saúde de qualidade para esses espaços.


Entender sobre racismo ambiental é uma forma de promover a justiça ambiental, além de auxiliar a pensar de que forma pode-se trabalhar o gerenciamento de resíduos de uma forma menos desigual e mais sustentável, buscando uma maior participação da comunidade nas tomadas de decisões que afetam diretamente a sua qualidade de vida, garantindo educação ambiental de qualidade e saúde básica.


Palavras-Chave: "racismo ambiental"; "gerenciamento de resíduos sólidos"; "saúde básica";


Quer nos referenciar?


ALMEIDA, E. ESA Jr. Qual a relação entre Racismo Ambiental e o gerenciamento de resíduos sólidos?, 2023. Disponível em: https://www.esajr.com/blog


REFERÊNCIAS


SALES, S. Racismo ambiental é conceito pouco usado na Universidade para analisar desigualdades. Jornal da USP, 2023. Disponível em: <https://jornal.usp.br/diversidade/racismo-ambiental-e-conceito-pouco-usado-na-universidade-para-analisar-desigualdades/>.


MARÇAL, M. O que a política ambiental e climática brasileira pode aprender com os EUA sobre racismo ambiental?. WBO, 2023. Disponível em: <https://www.braziloffice.org/pt/artigos/o-que-a-poltica-ambiental-e-climtica-brasileira-pode-aprender-com-os-eua-sobre-racismo-ambiental>. Acesso em 21 de agosto de 2023.



HERCULANO, S. RACISMO AMBIENTAL, O QUE É ISSO?, [s.d.]. Disponível em: <www.professores.uff.br/seleneherculano/textos>.


BÉLEM, M; GOMES, A. O lixo como um fator de risco a saúde pública na cidade de Fortaleza, Ceará. SANARE (Sobral, Online), p. 21-28, Jan-Jun, 2022.

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